segunda-feira, 6 de abril de 2015

O que são Trangênicos?

Antes de aprofundar na bioquímica propriamente dita é necessário contar a historia da engenharia genética, pois foi ela que possibilitou a origem dos seres transgênicos, enfoque desse primeiro post a engenharia genética compõe-se de um conjunto de processos que permitem a manipulação do genoma de microrganismos vivos, com a consequente alteração das capacidades ou características de cada espécie. Eles surgiram graças à união da ciência básica e da aplicada, em conjunto com a aquisição de novos conhecimentos fundamentais, como o esclarecimento da estrutura do DNA (código genético) e entendimento de como manipulá-la. As técnicas de engenharia genética ou, mais corretamente, a tecnologia de DNA recombinante, começaram a ser implantadas no início do ano de 1970, com a utilização de vetores de clonagem, em geral, plasmídeos e genomas virais, lançando-se mãos das chamadas enzimas de restrição que permitiam cortar o DNA em pontos bem definidos, isolando-se assim fragmentos que tinham a possibilidade de serem introduzidos no código genético de outro organismo.

Algo importante a diferenciar nesse ponto é OGM e Transgênicos, termos que são usados, ocasionalmente, de forma errônea como sinônimos. Organismos geneticamente modificados (OGM) são organismos que passaram por alguma procedimento laboratorial que modificou sua carga genética. Já transgênicos são aquele OGM em que o processo utilizado foi de inserção de uma parte do genoma de outra espécie em seu genoma.
Abaixo uma imagem que representa a diferença também entre os transgênicos e como tradicionalmente eram feitas as modificações géneticas


Para realizar esse procedimento são utilizados enzimas de restrição que cortam o trecho de DNA requerido do organismo doador e as mesmas enzimas cortam o plasmídio de um DNA bacteriano, criando uma indentação semelhante nos dois trechos então utilizando uma enzima Ligase o trecho é adicionado no DNA circular, depois essa bactéria é inserida no organismo que se deseja modificar, infectando então com o novo trecho de DNA.

Esses OTs possuem inúmeras aplicações práticas. Além do aumento da produtividade agrícola, a prática mais conhecida, existem também usos transgênicos no setor industrial, químico, na produção de antibióticos e na área médica.
Mas com o desenvolvimento da técnica transgênica e o surgimentos das suas diferentes aplicações, diversos dilemas e questionamentos também se seguiram. Desde de dilemas éticos envolvendo o tratamento de animais, passando pela preocupação do clima e do ˜escape gênico" até questões econômicas e pragmáticas envolvendo o controle e valor das plantações e segurança no consumo humano.


Esses temas serão abordados com mais profundidade nos próximos posts e mostrando como a bioquímica interagindo nesses processos podem ajudar ou causar danos ao ambiente e a qualidade de vida das pessoas.

Muito longo, não leu? Então veja o vídeo







Referências

http://www.cgm.icb.ufmg.br/oquesao.php
https://web.archive.org/web/20070715054717/http://www.fas.org/biosecurity/education/dualuse/FAS_Jackson/2_A.html
http://ref.scielo.org/nz28fg
http://www.transgenicorganism.com/transgenic-history/

9 comentários:

  1. Grupo L:
    No contexto atual, esse é um tema muito relevante, dado a grande discussão em torno deste. Sabemos que o processo de transgenia é muito utilizado, principalmente nos vegetais, como milho, arroz, feijão, soja, tomate, mamão, etc. Ele tem diversas finalidades, como agregar a esses organismos características de resistência a pragas e doenças, além de tolerância a herbicidas. Isso fortalece e promove o agronegócio, dando a este alto rendimento financeiro. O processo de transgenia é também muito usado em questões nutricionais. Um exemplo disso é a criação de alguns cereais transgênicos que produzem maior quantidade de lisina. Os cereais são uma das principais fontes de proteína nos países pobres e em desenvolvimento. No entanto, esses alimentos são pobres em alguns aminoácidos essenciais, como lisina e triptofano, cuja biossíntese faz parte da via metabólica do ácido aspártico. Assim, durante vários anos foi dada grande importância ao estudo do ácido aspártico, devido a carência desses aminoácidos nos cereais. Na década de 90 foram desenvolvidas pesquisas e aplicações de técnicas para transformação de plantas e mutagênese de sementes, que permitiram a obtenção de plantas transgênicas produtoras de lisina e demais aminoácidos que normalmente são encontrados em quantidades insignificantes.

    Fonte:
    http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-26062013-111546/en.php

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  2. Grupo D
    Muito interessante o tema desse blog, pois acabei de ler uma meteria no G1, o portal de notícia da globo, em que traz o Brasil ocupa o segundo lugar entre os países que mais cultivam variedades geneticamente modificadas de grãos e fibras do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos, segundo relatório do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA, na sigla em inglês). Ainda segundo o relatório, o Brasil foi o país que registrou o maior crescimento em área para produção com transgênicos, com um aumento de 10% na comparação entre 2012 e 2013. No último ano, a área com uso sementes geneticamente modificadas aumentou em 3,7 milhões de hectares no Brasil. Proporcionalmente, é mais que o triplo da média mundial de aumento, que foi de 3%. Esse grande tendência de produção vem crescendo ano a ano, e pouco se sabe da influência dos alimentos transgênicos ao longo prazo na vida dos consumidores.
    http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2014/02/brasil-e-o-2-pais-que-mais-cultiva-transgenicos-diz-estudo.html. Acessado em 11 de abril de 2015.

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  4. Grupo I

    Muito interessante sua abordagem sobre um tema tão atual e importante como os transgênicos e os organismos geneticamente modificados. Vale ressaltar que eles surgiram a bem a pouco tempo, na década de 70, e rapidamente alcançaram
    o mundo, principalmente os alimentos. Apesar disso, ainda é grande a polêmica em torno do assunto. Da medicina, a biotecnologia passou para a agricultura, onde proliferou. A discussão sobre esses alimentos está longe de alcançar consenso. Enquanto para alguns a nova tecnologia é uma certeza de desenvolvimento, para outros muito ainda deve ser esclarecido sobre os reais impactos no meio ambiente, na saúde, política, economia e bioética de cada país. No Brasil, os transgênicos chegaram de forma clandestina e hoje tornaram-se uma realidade e em processo de legalização. Proibir ou aceitar? Seria esse o dilema a ser resolvido. Cautela é a palavra que deve ser o princípio desse processo, uma vez que não existe tecnologia sem riscos.

    http://www.agrolink.com.br/downloads/91692.pdf

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  5. Super bacana o tema da postagem! Precisamos debater mais sobre os transgênicos, até porque, na última semana, retornou à pauta da Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL) que prevê o fim da obrigatoriedade da rotulagem de alimentos possuidores de algum tipo de modificação genética. Caso o PL Heinze (por conta de autoria do deputado Luis Carlos Heinze, do Partido Progressista – PP – do Rio Grande do Sul) seja aprovado pelos deputados federais, a população corre o risco de consumir produtos, como óleos, bolachas, margarinas, enlatados e papas de bebê sem saber se são seguros ou não, já que ainda não se conhece os reais efeitos colaterais desses alimentos modificados. Porém, existe um elemento jurídico do Direito Ambiental chamado Princípio da Precaução, pelo qual o Estado tem o dever de evitar intervenções indevidas para a manutenção dos processos ecológicos em seus mais diversos âmbitos, mesmo não conhecendo seu real perigo. Além disso, retirar o símbolo T amarelo violaria o artigo 6º do Código do Consumidor, que prevê o direito à informação sobre o que se está adquirindo ao se comprar e consumir um produto. Fora todas essas questões, a transgenia torna a agricultura e os agricultores reféns de poucas empresas, que detêm a tecnologia e disseminam sementes estéreis. Tema bastante polêmico, né? Acho que gerará bastante discussão em todos as postagens! Uma dica para um post futuro é aprofundar sobre os eucaliptos transgênicos: nos detemos muito na questão do alimento, mas há modificação na indústria do papel também e que causa tanta confusão quanto a primeira! Estudos afirmam que em cinco anos o eucalipto geneticamente modificado retiraria do solo o mesmo volume de água e nutrientes que o eucalipto tradicional levaria sete anos para incorporar. Ou seja, uma lavoura sedenta será substituída, após cinco anos, por outra lavoura sedenta...
    Aguardando as futuras postagens (:

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  6. Debater sobre os transgênicos é sempre um desafio polêmico, pois o assunto leva a discursão de questão de natureza bioética que, muitas vezes, estão diretamente ligadas ao desenvolvimento da população.
    Dessa maneira, o desenvolvimento da engenharia genética, abriu um caminho que possibilita uma forma da população superar problemas de natureza global, tais como a fome. Entretanto, a tecnologia que permite a superação desse problema não está acessível a todos e quem a domina está lucrando muito!!!!!
    Um exemplo disso, são os fabricantes de agroquímicos que criam sementes resistentes aos seus próprios agrotóxicos, ou mesmo sementes que produzem plantas inseticidas. As empresas ganham muito com isso, mas nós pagamos um preço alto: riscos à nossa saúde e ao ambiente onde vivemos.
    Outro aspecto importante, é o fato que a ciência ainda não concluiu os estudos sobre os riscos para a saúde advindo do uso diário dos transgênicos. E isso reflete-se sobre a política internacional, pois a regiões do mundo, como a Europa, que são receosas quanto ao uso de tais produtos.

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  7. Grupo M
    Parabéns, o tema do blog foi muito bem pensado! A transgenia é um tema muito presente na atualidade e precisa ser melhor discutido e aprofundado. Algo relevante a se falar é sobre os prós e contra em relação a transgenia. Em relação aos prós temos que o alimento geneticamente modificado pode ter a função de prevenir, reduzir ou evitar riscos de doenças, através das plantas modificadas geneticamente, redução de agrotóxicos, resistência a pestes, aumento da produtividade agrícola, podendo ser até uma solução para a fome mundial. A transgenia também está envolvida na produção medicamentosa, como a insulina, que hoje possui a maior parte de sua produção para venda a partir de bactérias transgênicas, e mais recentemente, foram desenvolvidas plantas transgênicas que também produzem insulina. Os contras estão relacionados ao equilíbrio ecológico, os animais foram selecionados com determinadas características para determinados ambientes, e a mudança de uma característica pode mudar as relações ecológicas daquelas espécies. E, ainda, pode ocasionar extinção de alguns seres vivos que se relacionavam com aquela espécie. A transgenia causa a uniformidade genética, o que prejudica a espécie transgênica, pois o que “salva” as espécies de epidemias são as diferenças genéticas. Estamos à espera de novas postagens!
    Fontes:
    http://ciencia.hsw.uol.com.br/transgenicos5.htm
    http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/04/070404_insulinaplantafn.shtml

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  8. GRUPO H

    Muito boa a postagem... Legal essa abordagem inicial sobre o que são os transgênicos, passando pelos organismos modificados geneticamente. Muito interessante, de fato.
    As técnicas de engenharia genética introduziram uma revolução na área de medicamentos, vacinas, alimentos e energia. O primeiro transgênico comercializado foi a insulina e logo depois o hormônio de crescimento. Esse último, que era obtido de hipófises de cadáveres, muitas vezes cotransmitia o príon - também uma proteína - que determina a doença de Creutzfeldt-Jakob, a versão humana da doença da vaca louca. A introdução em bactérias dos genes humanos que codificam essas proteínas eliminou vários problemas carreados pelas preparações anteriores, que tinham origem em animais ou seres humanos. Seguiram-se vacinas como a da hepatite B, HPV, e várias vacinas para animais. Muitas enzimas adicionadas ao sabão em pó são proteínas recombinantes, assim como a quimosina usada para a fabricação de queijos, até os franceses. Recentemente, modificações em levedura estão gerando precursores de borracha (isopreno) e óleo diesel (farneseno). As leveduras modificadas serão a base da indústria química futura, pois a fermentação de leveduras transgênicas fornecerá 2, 3, 4, 5 e mais carbonos para sínteses orgânicas. Aos poucos o petróleo será substituído, para esse efeito. Recentemente, a CTNBio aprovou a liberação planejada (contida) de machos do mosquito Aedes aegypti em algumas áreas da região de Juazeiro na Bahia. A linhagem OX513A contém um transgene que produz uma proteína lesiva, em 7 dias, à musculatura do mosquito macho. O promotor (sinal de funcionamento) desse gene é inibido com tetraciclina. Na ausência desse antibiótico o mosquito macho morre. Por isso, as larvas do mosquito macho são criadas em laboratório na presença de tetraciclina. Quando o mosquito nasce ele é lançado na natureza para competir com os outros machos pelas fêmeas do Aedes. Espera-se que eles ganhem essa competição porque a prole que nascer morrerá, já que na natureza não há tetraciclina. O experimento é seguro porque os machos não picam seres humanos, só as fêmeas e são elas que transmitem a dengue. O experimento durará dois anos e a líder do projeto é uma pesquisadora brasileira da USP. Outro exemplo a demonstrar que estamos lentamente avançando é o novo pedido de pesquisadores da Embrapa para liberação planejada do feijão transgênico resistente ao vírus do mosaico dourado, desenvolvido inteiramente no Brasil.
    Mas os produtos transgênicos que causam polêmica, por razões difíceis de compreender, são os alimentos. Os alimentos transgênicos são seguros e existem desde 1995. A exigência de regulamentações exageradas, com argumentos retóricos ao arrepio das evidências científicas, impõe o atraso aos países em desenvolvimento, notadamente nos países da África. Multinacionais poderosas não se importam com o dinheiro que têm de gastar para cumprir as exigências da estrita regulamentação. No entanto, pequenas empresas ou estatais como a Embrapa não têm orçamento suficiente para cumprir com tudo o que se lhes exige para a aprovação. O excesso de regulamentação favorece as empresas com muito poder econômico. Por isso, é imperioso iniciar a desregulação dessa área porque está provado que esses alimentos nada fazem ao ambiente e à saúde, ao contrário, são benéficos. Os interessados em informações científicas mais aprofundadas podem ler na íntegra os pareceres da CTNBio levados à votação para liberação comercial (http://www.ctnbio.gov.br/index.php/content/view/12786.html).

    REFERÊNCIA:
    Organismos transgênicos no Brasil: regular ou desregular? http://rusp.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-99892011000200011&lng=pt&nrm=iso

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  9. GRUPO K

    Excelente sua abordagem sobre a temática!!! Muito interessante a forma como foi abordado!!! Vale ressaltar que assim como alterações no padrão genético de plantas, a mudança do DNA bacteriano, ou de outros seres vivos, é útil para o aumento da produção de medicamentos, reduzindo assim a mortalidade causada por doenças que antes não possuíam um tratamento adequado, por causa da quantidade limitada de medicamento.

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