terça-feira, 16 de junho de 2015


Você já comeu sua vacina hoje?

Transgênicos e inovação em saúde




Não, eu não errei o verbo do título. As vacinas foram um dos maiores avanços da medicina, podemos ver o exemplo da épica erradicação da Varíola. Desde quando você nasceu que recebe vacinas pelos programas de prevenção, grande parte desenvolvida no SUS. Popularmente falando, você vai ao posto “tomar” vacina. Comer vacina você nunca foi, certo? Por enquanto. Os transgênicos prometem mudar isso em pouco tempo. Vamos conhecer hoje as vacinas transgênicas. Se você é um ativista do Greenpeace provavelmente deve está pensando: “Meu Deus! Vacinas Transgênicas! Me solta, que preciso ir quebrar alguns laboratórios!” Brincadeirinha pessoal do Greenpeace, nós amamos vocês. Realmente existem muitos movimentos que criticam ferozmente os transgênicos, mas isso é assunto para o próximo post. Voltando ao assunto das vacinas, vamos a um breve histórico.

Charles Arntzen em 2012
No início da década de 1990, Charles Arntzen imaginou uma forma de resolver uma dúzia de problemas da humanidade de uma maneira muito barata e eficaz: criar alimentos geneticamente modificados, capazes de produzir vacinas. Após mais de 20 anos, dentre as principais evoluções estão as vacinas transgênicas e as comestíveis. As vacinas comestíveis possuem diversas vantagens: não precisam ser refrigeradas, não é necessária a utilização de seringas e estas vacinas quando ingeridas encontram-se protegidas do suco gástrico (pelas paredes vegetais), sendo liberadas gradativamente já no intestino delgado. Em 1995, Arntzen conseguiu obter plantas de tabaco que produziam uma proteína antígena para o vírus da hepatite B, testou em ratos e estes se tornaram imune à doença. Em 1998 Hilary Koprowski desenvolveu uma alface geneticamente modificada com um antígeno da hepatite B. Em 2000 William Langridge desenvolveu tomates e batatas com vacinas para as três principais causas da diarreia. Alimentando animais com estas frutas ou tubérculos, conseguiram resultados excelentes: as cobaias tiveram respostas positivas de imunidade da mucosa e sistêmica e não contraíram a doença quando expostas aos agentes patológicos reais. Muitos resultados deixam claro que as vacinas comestíveis são, de fato, eficazes.

Atualmente, já existem vacinas transgênicas sendo usadas em animais. Em abril de 2008 a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou a liberação comercial da primeira vacina veterinária transgênica no Brasil, a Suvaxyn PCZ, que protege suínos contra a circo virose. A doença, comum no Brasil, ataca leitões e causa icterícia, fraqueza e morte dos animais. O Instituto Butantã, que desde 1995 produz em escala industrial uma vacina transgênica contra a Hepatite B. A Embrapa Recursos Genéticos e a Embrapa Gado de Corte também já desenvolvem projetos para a imunização via transgenia contra carrapatos em bovinos. Outra doença que poderá, em breve, ser controlada com a ajuda da biotecnologia é a febre aftosa bovina. O Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina trabalha em pesquisas para a produção de uma vacina transgênica contra a febre aftosa.

As pesquisas seguem a todo vapor, e a contribuição dos transgênicos para vacinas, a saúde pública (citar a insulina como exemplo), agricultura e alimentação, estética, entre outras áreas é cada vez mais real. Sim, devemos sempre nos preocuparmos com consequências negativas e efeitos a longo prazo, mais sem abrir mão dos estudos, técnicas e benefícios, que hoje são reais. E você, já está preparado para comer sua vacina? Afinal, sem riscos não há glória!


Referências
Conselho de Informações sobre Biotecnologia - CIB in http://cib.org.br/em-dia-com-a-ciencia/noticias/vacinas-transgenicas-cada-vez-mais-presentes/
http://inovadefesa.ning.com/forum/topics/vacinas-transgenicas/
http://www.profpc.com.br/Vacinas%20Comest%C3%ADveis/Vacinas_comest%C3%ADveis.htm/
Vacinas Transgênicas: a grande solução ao nosso alcance. in http://www.webartigos.com/artigos/vacinas-transgenicas-a-grande-solucao-futura-ao-nosso-alcance/33287/#ixzz1LocfCoOa/

Mais informações: http://videos.engormix.com/pt/10353/vacinas-transgenicas/p0.htm

3 comentários:

  1. Grupo M
    Com o surgimento dessas vacinas comestíveis, irá ocorrer a facilitação do processo de vacinação, pois, hoje, muitas pessoas, crianças e adultos, possuem fobia de agulha, e não se vacinam por esse motivo, fazendo que doenças que estavam abolidas em determinado local voltem a aparecer. Como já discutido no texto, o transporte e o armazenamento das vacinas irá se tornar mais barato, e assim poderá ser ampliado os projetos e campanhas de vacinação, imunizando uma porcentagem, ainda maior da população. Agora só resta esperar que as pesquisas consigam abranger um número cada vez maior de vacinas, e que estas saiam somente do meio animal e adentrem a vacinação humana. Postagem bem elaborada e interessante, esperando a última postagem.

    ResponderExcluir
  2. GRUPO B
    Boa tarde!
    A ciência cada vez mais tornando as coisas cômodas para nós. A vacinação sempre é tida como algo invasivo, que provoca pavor em alguns(por que não?), mas essa nova tecnologia que usa plantas estéreis e clonadas facilitam o controle de qualidade e a produção das mesmas para fins benéficos a saúde, como foi exposto na postagem, apesar disso, a previsão é que as vacinas comestíveis jamais serão desenvolvidas como alimentos de rotina porque o consumo desses alimentos modificados diariamente possuem o risco de que o corpo comece a atacar células em perfeito estado, já que está produzindo muitos anticorpos.Até !
    REFERÊNCIAS
    http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=859

    ResponderExcluir
  3. GRUPO H

    Naturalmente que sempre irão existir prós e contras. É lícito e ético aceitar as ponderações, assim como é inerente o direito de concordar e de discordas. Mas o que não pode deixar de se considerar que quanto mais se barram os esforços no sentido de se produzir alimentos, vacinas, medicamentos, plantas e animais com o uso da Biotecnologia, cujos resultados comprovadamente venham a combater a morte dos seres humanos, pelo fator fome mais complicada ficam a situação.

    ResponderExcluir